2019 – Sessão de Projeção: A Imaginação pelo Cálculo

A Imaginação pelo Cálculo
(mostra convidada)

Segunda-feira | 09/09 – 19h | Cine Metrópolis – UFES

Torture and Detention in Cameroon

Forensic Architecture, Reino Unido, 2017, 11’12”

A partir de testemunhos e informações fornecidas pela Anistia Internacional, Forensic Architecture reconstruiu dois centros de detenção clandestinos localizados em Camarões – um quartel militar regional e uma escola ocupada – de modo a confirmar e ilustrar as condições de encarceramento e tortura descritas por antigos prisioneiros. A pesquisa de Forensic Architecture também revelou a presença de funcionários norte-americanos, militares e contratados civis, em um dos locais mencionados. Com o uso de imagens de satélite, material open source e imagens extraídas de mídias sociais, demonstra-se a proximidade entre esses funcionários e os sítios de tortura, sendo, dessa maneira, suscitadas questões preocupantes em relação ao apoio dos Estados Unidos às forças militares de Camarões. Trabalho comissionado pela Anistia Internacional.

    

Lethal Warning: The Killing of Luai Kahil and Amir Al-Nimrah
Forensic Architecture, Reino Unido, 2018, 9’

No dia 14 de julho de 2018, nos territórios de ocupação palestina da Cidade de Gaza, dois adolescentes palestinos – Luai Kahil e Amir al-Nimrah – subiram no topo do edifício al-Katibah. Pouco tempo depois, ambos foram mortos, após serem atingidos por um míssil disparado por uma aeronave israelense. Caracterizado pelas Forças de Defesa Israelenses (IDF) como uma munição não letal, o míssil disparado foi o primeiro de uma série de projéteis de advertência, responsáveis por comunicar aos civis sobre a necessidade de evacuar a área devido à iminência de um ataque real. Estudando o vídeo do ataque publicado pelas IDF, descobre-se que as imagens tinham sido manipuladas e as cenas do suposto tiro de advertência haviam sido substituídas pelas de um ataque posterior, visto de outro ângulo. Construímos um modelo 3D do prédio atingido pelo míssil, para localizar os disparos e o local onde os garotos foram assassinados. Imagens filmadas por civis revelam que o padrão de fragmentação do teto construído em 3D é compatível com o de uma explosão projetada para ser letal, e não inofensiva, como gostariam que acreditássemos.

Blade Runner – Autoencoded (trecho)
Terence Broad, Reino Unido, 2016, 6’

Autoencoding Blade Runner (2016) foi um projeto de arte e pesquisa no qual um autoencoder, isto é, uma rede neural generativa, foi treinado para criar modelos de frames do filme Blade Runner. A partir desse processo, uma versão do filme, reconstruída por inteligência artificia, foi concebida. O modelo também foi empregado para reconstruir outros filmes semelhantes a Blade Runner.

Meta
Kishi Yuma, Japão, 2019, 3’

Uma expressão do potencial do corpo humano, expandido pelo machine learning profundo. Vida, morte, comunicação, desconexão, amor e escolhas.

Compilação de Aparelhos
Fabrizio Poltronieri, Brasil/Reino Unido, 2019, 3’

Este vídeo mostra alguns resultados de obras da série Apparatus (Aparelhos), desenvolvidas ao longo dos últimos cinco anos, mediante a utilização de diversas técnicas e tecnologias de inteligência artificial. As obras – Prophecy Apparatus, Hatred Apparatus e Selfie Apparatus – foram exibidas nos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Brasil e China e demonstram a metodologia de inteligência artificial criativa desenvolvida e utilizada pelo artista.

Terminator 2 starring Sylvester Stallone
Ctrl+Shift+Face, 2019, 3’51”

What I Saw Before the Darkness
The girl who talks to AI, 2019, 1’19”

Uma inteligência artificial cria uma imagem hiper-realista de um rosto humano. Então, são desativados, um a um, os neurônios dessa mente artificial, e o processo é registrado num time-lapse. Conforme os neurônios se vão, o rosto se transforma, gerando uma imagem completamente nova. Essa experiência se apresenta como uma metáfora sobre a inconstância da percepção humana.

Machine Hallucinations – Latent Space Study II
Refik Anadol, Estados Unidos, 2019, 13’30”

Machine Hallucinations é um experimento de sinestesia que emprega algoritmos de machine learning em diversos conjuntos de memórias fotográficas. O trabalho explora a relação existente entre a memória e o sonho, bem como entre o reconhecimento e a percepção, a partir da análise de mais de 3 milhões de imagens que representam uma ampla seleção de estilos e movimentos arquitetônicos. Com essa obra, Refik Anadol busca revelar as conexões e narrativas ocultas de momentos da história da arquitetura. À medida em que a máquina gera um universo de alucinações arquitetônicas em 512 dimensões, passa também a explorar os modos por meio dos quais o conhecimento pode ser experimentado espacialmente. Machine Hallucinations desafia nossa acepção convencional de espaço como extensão tridimensional, ao explorar o espaço na mente de uma máquina, sem nenhuma restrição em termos de dimensões e das informações que comporta.