Conferência com Erika Balsom (King’s College London)
São Paulo: 21/08, Auditório Anexo, Campus Consolação, PUC-SP
Vitória: 25/08, 16h, Cine Metrópolis, UFES
O emprego de filmes e videos por artistas esteve historicamente voltado para o acesso, para a reprodutibilidade e para a distribuição democratizada – uma tendência que encontra nova articulação atualmente, na era da copiagem digital. Ainda que muitos artistas estejam dedicados a explorar as novas possibilidades estéticas e políticas daquilo que Hito Steyerl chamou de “imagem pobre”, também podemos notar certa relutância contra esse regime de distração digital, conforme artistas e espectadores buscam experiências em alta definição que residem fora do circuito permanentemente disponível. Como uma resposta dialética às novas formas de circulação promíscua que caracterizam a cultural visual contemporânea, nos últimos anos tem crescido o interesse em práticas experimentais que recusam a reprodutibilidade e a mobilidade, ao enfatizarem o cinema como um evento. Essa palestra vai explorar o que pode estar em jogo com a rejeição do cinema como objeto reprodutível e na afirmação do filme-performance como experiência singular marcada fato de ser ao vivo. Tais práticas extraem a imagem em movimento de sua circunstância histórica em uma economia da cópia, suscitando questões sobre controle autoral, peregrinação, especificidade de sítio e autenticidade. Ao fazê-lo, elas talvez nos proporcionem um modelo para repensar a experiência cinematográfica mesmo em suas formas mais tradicionais.
Erika Balsom é professora de Estudos de Cinema e Artes Liberais no King’s College London. Sua pesquisa se dedica a intersecção entre arte com imagens em movimento e as transformações do cinema com a digitalização. Seu livro Exhibiting Cinema in Contemporary Art foi publicado pela Amsterdam University Press em 2013, e seus textos já apareceram em periódicos como Cinema Journal, Screen, Afterall e Framework. Ela atualmente trabalha em um manuscrito sobre a distribuição e circulação de cinema de artista e em um logo estudo sobre o filme The Girl Chewing Gum (1976) de John Smith.