Vitória: 24/11, 16h, Cine Metrópolis, UFES
O cinema de garagem: apontamentos para um cenário em construção (Marcelo Ikeda)
Nesta fala, abordarei o que chamamos de “cinema de garagem” (Ikeda e Lima, 2011), analisando os cenários de transformações na produção e difusão do audiovisual brasileiro a partir do início deste século. Buscarei apontar para as características desse cenário, através de um entrecruzamento entre aspectos tecnológicos, econômicos, estéticos, éticos e políticos.
Marcelo Ikeda é professor do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Ceará (UFC). Mestre em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Diretor e Roteirista de diversos videos, participou de diversos festivais nacionais e internacionais. Crítico de Cinema, escreveu para variados veículos, especialmente na internet, como ViaPolítica, Claquete, CurtaoCurta, Revista Etcetera, mantendo o blog Cinecasulofilia desde 2004. Curador da Mostra do Filme Livre (CCBB/RJ) desde 2003. Desenvolve pesquisa sobre o cinema contemporâneo independente brasileiro, publicando, em 2011, o livro Cinema de garagem: um inventário afetivo sobre o jovem cinema brasileiro do século XXI, em coautoria com Dellani Lima. Organizou (com Dellani Lima) a mostra Cinema de Garagem (Caixa Cultural/RJ – julho/2012; Cinema do Dragão – Fortaleza/2014; Centro Cultural da Justiça Federal – RJ/2014). Em 2014 publicou o livro Cinecasulofilia (Editora Substânsia).
Do invisível ao redor: o lugar do instável (Lucas Bambozzi)
Esta fala busca analisar as transformações recentes da noção de “lugar” em função da emergência dos chamados espaços informacionais, permeados por conectividade e fluxo de comunicação. A proposta envolve processos criativos que possam auxiliar formas de “ver” ou visualizar campos eletromagnéticos, ondas hertzianas, sinais wi-fi e de celulares, gerados por meios de comunicação em espaços de circulação. Tal intromissão dos fluxos de informação nas formas mais físicas do mundo vem demandando o cruzamento de campos distintos do conhecimento, que passam a considerar novos fatores subjetivos, comumente associados à arte. Cabe pensar em novos procedimentos de medição e visualização de informações, pois o que se entende por lugar, hoje, passa a incluir fluxos que escapam ao nosso olhar, mas que moldam o uso, a natureza e as especificidades do espaço (conceitos em negociação entre arquitetura, comunicação e arte), influenciando nossos corpos, hábitos e percepção, em uma espécie de cinema do invisível, para além das telas.
Lucas Bambozzi é artista multimídia e pesquisador em novos meios. Produz vídeos, instalações, performances audiovisuais e projetos interativos, tendo trabalhos exibidos em mais de 40 países. Conduziu atividades pioneiras ligadas a arte na Internet no Brasil entre 1995 e 1999 na Casa das Rosas. Foi curador e coordenador de eventos como Sónar SP (2004), Life Goes Mobile (Nokia Trends 2004 e 2005) e Motomix (2006), Red Bull House of Art (2009) e Lugar Dissonante (2010), tendo atuado também em eventos coletivos como Mídia Tática Brasil (2004), Digitofagia (2005) e Naborda (2012). Foi artista residente no CAiiA-STAR Centre/i-DAT (Planetary Collegium) e concluiu seu MPhil na Universidade de Plymouth na Inglaterra com a tese Public Spaces and Pervasive Systems, a Critical Practice. Como artista dedica-se à exploração crítica de novos formatos de mídia independente. Em 2010 foi premiado no Ars Electronica em Linz/Austria com o projeto Mobile Crash e em 2011 teve uma retrospectiva de seus trabalhos no Laboratório Arte Alameda, na Cidade do México. Em 2012 participou das exposições Tecnofagia (Instituto Tomie Ohtake, SP) e da Bienal Zero1 (San Jose, EUA) com trabalhos comissionados pelos organizadores. Entre 2013 e 2014 participa da Bienal de Artes Mediales no Chile, das exposições Gambiólogos 2.0 no Oi Futuro, BH e Singularidades, no Itaú Cultural em SP. Foi criador e coordenador do Festival arte.mov – Arte em Mídias Móveis (2006-2012) e do Labmovel, um veículo criado para atividades laboratoriais e artísticas em espaços públicos (2012) que recebeu em 2013 menção honrosa no Prixars, do Ars Electronica. É um dos idealizadores e curadores do Multitude, um evento de arte contemporânea que tem como ponto de confluência o embate com o termo multidão.