O presente e o futuro da Inteligência Artificial Criativa
Fabrizio Poltronieri (Universidade De Montfort, Reino Unido)
O desenvolvimento de sistemas de Inteligência Artificial avançados, nos campos do deep learning e da visão computacional, representa um desafio para a arte, a estética e a ética. Embora o uso de computadores e técnicas de IA não seja uma completa novidade no mundo da arte, o novo cenário apresenta algoritmos que possuem a liberdade de tomar decisões que, até então, haviam sido responsabilidade exclusiva de programadores e usuários. Com o fim da necessidade de programar detalhadamente a lógica por trás da inteligência artificial, teremos sistemas cada vez mais autônomos, aos quais podemos delegar tarefas cada vez mais diversas, inclusive lúdicas e estéticas.
Ainda que a maior parte dos sistemas autônomos de hoje em dia demande a presença humana para a sua programação, parece claro que aparelhos completamente autônomos – ou seja, em busca de autonomia e liberdade – são perfeitamente realizáveis e virão a aparecer pela força do progresso. Dado esse contexto, minha pesquisa reflete sobre o papel da estética num mundo em que o espaço artístico tenha sido completamente automatizado e o ser humano não precise mais tomar decisões, uma vez que até mesmo isso seria processado automaticamente por memórias artificiais em velocidades estonteantes.
Incluirão os futuros sistemas de Inteligência Artificial seres humanos no seu funcionamento? Que tipos de processos criativos serão empreendidos por IAs? Como podem seres humanos e Inteligências Artificiais interagir e cocriar, de maneira significativa, numa empreitada material comum? São questões como essas que tenho buscado abordar, por meio da minha pesquisa e prática, ao longo da última década.