2019 – Sessão de Projeção: Imagens em Pensamento

Imagens em Pensamento

Quarta-feira | 11/09 – 20h | Cine Metrópolis – UFES

Australian National Cinema: Picnic at Hanging Rock
Shannon Meilak, Austrália, 2016, 8’16”

Usando o filme Picnic at Hanging Rock como referência, este vídeo-ensaio explora o renascimento do cinema australiano da década de 1970 e a criação de uma indústria nacional a partir de filmes de época.

Reproductive Futurism and the Politics of the Sequel
Kathleen Loock, Alemanha, 13’40”

Este vídeo-ensaio explora a dinâmica seriada de repetição e continuação em Blade Runner 2049 (Denis Villeneuve, 2017), sequência lançada 30 anos após Blade Runner (Ridley Scott, 1982). Em Blade Runner 2049, a busca dos replicantes pela vida – que era central ao primeiro filme – não mais importa. O enredo gira em torno da capacidade de reprodução biológica e da maternidade, substituindo questões filosóficas profundas sobre memória, identidade e sobre o que significa ser humano por uma renovação das relações heteronormativas e dos papéis de gênero tradicionais. Explora-se criticamente a política das continuações e o modo como essa organização perpetua noções nostálgicas vinculadas à família, heterossexualidade e reprodução.

Scorsese: Crucifixion Postures
Milad Tangshir, Itália, 1’10”

“Toda a minha vida foram os filmes e a religião. É isso. Nada mais” (Martin Scorsese).

O Cinema que Não se Vê
Erik Ely, Brasil, 8’17”

Este é um filme documentário que conta a história de Geovani, um advogado morador de Goiânia. Geovani assiste a um filme. Eu não sei onde ele assiste a esse filme. Eu não sei o porquê de ele assistir a esse filme. Eu só sei que ele deveria assistir ao filme. Afinal, qual o sentido de fazer um filme se não há ninguém para assistir a ele?

Filming
Catherine Gough-Brady, Austrália, 9’11”

Neste artigo digital, examinamos o lugar social do câmera, a partir do conceito de liminaridade, de Victor Turner.

Flânerie 2.0
Chloé Galibert-Laîné, França, 11’13”

Na virada do século XX para o XXI, os flâneurs começaram a desaparecer da paisagem parisiense. Walter Benjamin se tornaria, em seu póstumo livro, intitulado Das Passagen-Werk (1982), testemunha dessa extinção. Mas, e se um século depois, contra todas as expectativas, a arte da flânerie ressurgisse na cidade?

Interstícios
Lucas Bambozzi, Brasil, 2019, 20’

Interstícios é um filme-colagem ou, ainda, um vídeo-ensaio, que trata da ideia de invisibilidade, abordando campos eletromagnéticos, sinais visuais e sonoros, suposições, fantasmagorias, fluxos de informação e uma variedade de efeitos colaterais. O trabalho é resultado de um remix de mais de 90 referências discutidas na tese Do invisível ao redor, arte e espaço informacional, do realizador. Há o invisível como metáfora, como embate com a matéria, como inspiração, como licença poética e como divagação.

The Prayer
Greyory Blake, Estados Unidos, 2017, 13’13”

The Prayer é um estudo pseudoantropológico que reúne a prece religiosa, a subcultura contemporânea de raves e diversos modos de protesto. A obra propõe que, em meio a sistemas digitais miméticos, essas expressões culturais produzam uma estrutura narrativa comparável ao grid de produção otimizada de capital. Esse paradigma digital parece levar a uma resignação fatalista, mas pode ser que a passividade seja apenas uma tática para compreendermos um vasto sistema impossível de gerenciar.

Neural Storytelling: Artistic Skills of the Algorithm in the Production of Scripts
Anca Serbanescu, Itália, 2019, 9’10”

Quais as reais vantagens de uma IA capaz de produzir histórias e como podem essas habilidades ser empregadas na realização cinematográfica? Esta contribuição busca perceber que benefícios a narrativa neural pode trazer à produção de filmes se comparada a outras descobertas e avanços tecnológicos nas áreas de machine learning profundo e de roteiro.

The Algorithmic Nickelodeon
Shane Denson, Estados Unidos, 2019, 17’

The Algorithmic Nickelodeon questiona como o vídeo pode ser interposto à teoria de mídias, indo além da simples apresentação ou comunicação de conceitos e passando a performar a teoria na forma do vídeo. Inspirado pelo trabalho de diversos pensadores, como Friedrich Nietzsche, Paul Sharits, Friedrich Kittler e Hugo Münsterberg, e empregando um leitor caseiro de ondas neurais para modificar a reprodução da obra em resposta à atividade mental da audiência, o vídeo indica modos pelos quais configurações videográficas podem transcender suas funções expressivas, tornando-se autorreflexivas e vinculando-se a “coisas com as quais se pensar”.