palestra com Matthew Jones (Universidade De Montfort)
quarta-feira, 31/05, às 14h30
Em Março e Junho de 2016, dois cinemas britânicos foram transportados no tempo para o auge dos loucos anos sessenta. Envolvendo mais de trinta atores, dois diretores, um departamento de figurino teatral, o acervo do notório estúdio inglês Hammer e diversas contribuições de colecionadores privados, essas performances imersivas resgataram como seria uma noite no cinema nessa década crucial de suposta revolução cultural. Ainda que os eventos tenham sido planejados como lúdicos e experimentais, as performances dos atores, o design de set e a história interativa que se desenrolou pela noite foram todos retirados diretamente da memória de mil espectadores, levantados pelo projeto de pesquisa “Memória cultural e idas ao cinema na Grã-Bretanha dos anos 1960”. Com o objetivo de apresentar uma forma de aprendizado corporal, por meio do qual o passado é descoberto de maneira experiencial, pelos gostos, sons, cheios e demais sensações de uma era passada, o projeto se situa na intersecção de diversas práticas performáticas condicionadas por contextos históricos e cinematográficos, incluindo a encenação histórica, a história viva, o live cinema e o teatro imersivo. Essa fala busca explorar os modos como esses eventos negociaram diversos modos de engajamento da audiência, bem como colocaram em xeque noções de acuidade histórica, de modo a produzir uma realidade virtual cocriativa, mediada pelo teatro.
Matthew Jones é professor associado de estudos de cinema na Universidade De Montfort, Reino Unido. Publicou material sobre a audiência de cinema na virada do século XX e foi o produtor da experiência imersiva “Uma noite no cinema em 1960”. Atualmente, Jones coordena o projeto “Cinema, Memória e Comunidade”, financiado pela British Academy. Ele foi o primeiro pesquisador associado do projeto “Memória cultural e idas ao cinema na Grã-Bretanha dos anos 1960”, da Universidade Central de Londres (UCL). Sua monografia Science Fiction Cinema and 1950s Britain: Recontextualising the Golden Age será publicada pela Bloomsbury em 2017.