2017 – Painel – Instituições: Territorializando a Imagem

Vitória: 23/11, 14h, Cine Metrópolis, UFES

Associação Cultural Videobrasil (Thereza Farkas)

Existem no Brasil peculiaridades históricas na relação entre a imagem em movimento e o circuito das artes plásticas. O Videobrasil, ao longo de sua trajetória de mais de 30 anos, teve papel estratégico nesse trajeto. Com o surgimento do vídeo nos anos 60 e sua assimilação pela produção artística nacional, no início dos anos 80, o sistema artístico se redesenhou, culminando nas práticas contemporâneas que borraram as fronteiras entre linguagens e suportes para manifestações artísticas. Esse cenário fez com que, em diversos momentos dessa história, redesenhássemos o Festival Videobrasil – principal atividade da Associação Cultural Videobrasil – por exemplo, tornando-o desde 2011 um festival voltado para arte contemporânea em sentido amplo. Esta participação pretende desenhar a trajetória do Videobrasil, que coincide com a própria trajetória da imagem em movimento no Brasil. Iniciada em 1983 com a primeira edição de seu Festival, voltado na época para a produção de video nacional, hoje a Associação Cultural Videobrasil tem atuação muito mais ampla e complexa, dedicando-se ao fomento, difusão e mapeamento da arte contemporânea, bem como à formação de público e ao intercâmbio entre artistas, curadores e pesquisadores. Atuando nas lacunas do universo da arte e no estímulo à experimentação artística, a associação destina especial atenção à produção do circuito geopolítico Sul (que compreende América Latina, Caribe, África, Oriente Médio, Oceania e alguns países da Europa e da Ásia) e promove a existência de uma ativa rede de cooperação internacional. Independente e comprometida com o papel questionador da arte, tem se voltado, com crescente ênfase, para ações públicas e de ativação de seu acervo, uma representativa coleção de vídeo e performance do Sul geopolítico global.

Thereza Farkas graduou-se em Cinema pela FAAP (São Paulo, Brasil. 2008) e atriz pelo Teatro Escola Célia-Helena (São Paulo, Brasil. 2003). Hoje dedica-se à gestão de projetos artísticos e à projetos curatoriais, como as exposições Wabi-Sabi (2011) e Futuro do Pretérito (2012) na galeria Mendes Wood, em São Paulo. Em 2009 co-fundou a Casa Tomada – espaço de investigação artística dedicado ao incentivo e à discussão da jovem arte contemporânea brasileira -, onde atuou como diretora até final de 2012; em 2013, passa a atuar como diretora de programação na Associação Cultural Videobrasil – associação dedicada ao fomento, difusão e mapeamento da arte contemporânea, com especial atenção à produção do circuito geopolítico Sul e ao video enquanto linguagem artística.

 

Cine Esquema Novo (Ramiro Azevedo)

O Cine Esquema Novo teve sua primeira edição realizada em 2003 e surgiu a partir de uma necessidade e em um contexto específico, na cidade de Porto Alegre/RS. Ao longo dos últimos 12 anos, o CEN já experimentou e se reinventou diversas vezes, buscando dialogar com o seu público a partir das propostas curatoriais de seus organizadores. Ao longo desta fala, vou traçar esta linha do tempo do festival e trazer comentários a respeito do processo curatorial, filmes, cineastas e sua relação com o público, bem como os desafios para realizá-lo.

Ramiro Azevedo é formado em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda, pela UFRGS, trabalhou no Estúdio de Vídeo, onde teve seu primeiro contato com a área do audiovisual. A partir de 2005, passou a trabalhar em produções independentes para cinema e televisão nas funções de produtor e assistente de direção. Participou do Cine Esquema Novo 2006 como assistente de curadoria e, a partir daí, trabalhou em diversos eventos ligados à difusão cultural – mostras no Brasil e no exterior, 8ª Bienal do Mercosul, lançamento de filmes. Fez parte da diretoria da APTC/ABD-RS no biênio 2009/2011. Em 2009, passou a ser sócio organizador do Cine Esquema Novo. Em 2012, assumiu a Coordenação de Licenciamento da Box Brazil – programadora de TV por assinatura com sede em Porto Alegre. Em Maio de 2015 passou a atuar como Coordenador Geral do canal Prime Box Brazil (canal pago dedicado a exibição de filmes e séries brasileiras) na mesma empresa.