2017 – GT02 – Curadoria AV multimodal: arte, arquitetura, VJing

Vitória: 24/11, 13h30, Cemuni V, UFES

O audiovisual na Bienal de São Paulo: Reflexões sobre a 13ª edição (Cassia Hosni (Fundaçao Bienal))

Essa apresentação reflete sobre algumas questões diante à expografia do audiovisual nas Bienais de São Paulo, especialmente a partir da 13ª edição, realizada em 1975. Conhecida como a Bienal dos Videomakers, o evento obteve participação significativa do audiovisual por meio das obras enviadas pelas representações nacionais dos Estados Unidos e do Japão.

A Bienal de Artes Plásticas/Artes Visuais, presente desde 1951 na capital paulista, além das polêmicas presentes em todas as edições, pode ser vista como um importante marco para pensar o audiovisual em exposições de grande formato. É de interesse apresentar estudos de casos que tratem a questão da espacialidade, sonoridade, assim como a relação das obras com o público, transformada ao longo dos anos.

Cássia Takahashi Hosni é artista e pesquisadora. Mestra em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas e bacharel em Artes Visuais. Atualmente trabalha como pesquisadora – projeto Acervos, no Arquivo Histórico, da Fundação Bienal.

 

Arquitetura e audiovisual: Abordagens curatoriais interdisciplinares (Laurem Crossetti (Universidade do Porto))

O presente estudo analisa e tece reflexões sobre a exposição intitulada No Place Like: 4 houses, 4 films, apresentada por Portugal na 12a edição da Mostra Internacional de Arquitetura de Veneza, tido por especialistas como o principal evento de âmbito internacional dedicado à cultura arquitetônica contemporânea.

A exposição portuguesa no evento de 2010 apresentou ao público quatro grandes nomes da arquitetura atual do país: Álvaro Siza, João Luís Carrilho da Graça, Ricardo Bak Gordon e a dupla Francisco e Manuel Aires Mateus. A equipe curatorial – composta por Delfim Sardo, Júlia Albani, José Mateus e Rita Palma – teve como ponto de partida a temática da habitação, desenvolvendo o assunto em paralelo à preparação para a 2a Trienal de Arquitetura de Lisboa, sob o título “Vamos Falar de Casas”. Dessa forma, os curadores selecionaram um projeto de habitação de cada arquiteto. O ponto de destaque acontece exatamente no modo como os curadores optaram por exibir esses projetos: através de filmes, que foram encomendados à quatro artistas visuais portugueses – nomeadamente Filipa César, João Onofre, Julião Sarmento e João Salaviza.

Assim, partindo do conceito de habitar – entendido pela equipe curatorial como o motor fundamental do pensamento arquitetônico – em seu sentido mais amplo, foram selecionados quatro habitações consideradas exemplares para apresenta-las através de filmes curtos feitos especialmente para a ocasião. Este trabalho, inserido no projeto de doutorado em curso, explora a abordagem interdisciplinar de apresentação da disciplina arquitetônica em relação com o audiovisual e a museologia.

Laurem Crossetti é pesquisadora em curadoria de arte e arquitetura. Atualmente, cursa o programa de Doutoramento em Museologia do Departamento de Ciências e Técnicas do Património da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, em Portugal, onde desenvolve a tese “Narrativas em exposições nacionais sobre arquitetura: Um estudo das exposições portuguesas e brasileiras na Mostra Internacional de Arquitetura de Veneza”, sob orientação da Prof. Dr. Inês Moreira e co-orientação da Prof. Dr. Elisa Noronha. É mestre em Estudos Curatoriais pela Universidade de Coimbra (2012-2014), especialista em Fundamentos da Arte e da Cultura pela Universidade Estadual “Júlio Mesquita Filho” (UNESP) (2010-2012) e bacharel em Artes Visuais pela Universidade de Brasília (UnB) (2006-2010).

 

Curadoria em contextos institucionais (Patrícia Moran (USP))

Discutiremos duas naturezas de projetos curatoriais: a experiência do CINUSP Paulo Emílio (cinema da Universidade de São Paulo) e de performances audiovisuais no evento acadêmico Arranjos Experimentais em 2013. A curadoria do CINUSP é coletiva, parte dos estagiários e de debates internos, é fruto de interesses particulares, mas se constrói a partir das intervenções do grupo. Para exemplificar a dinâmica das pesquisas e curadoria tomaremos a mostra Ouvir Imagens como caso exemplar por haver contemplado além da tradicional exibição de filmes, performance audiovisual em cinema, com Peter Kubelka e em vídeo com o grupo de Fernando Iazzetta. Ao pensarmos a curadoria no cinema, vamos problematizar a evasão do público das salas e as estratégias para lidar com esta situação.

Patricia Moran é professora da ECA/USP e Diretora do CINUSP.